domingo, 20 de dezembro de 2009

Bonecas Russas


Pensei nas garotas que conheci, com quem transei, ou apenas desejei.
É estranho estar com uma delas e pensar que ainda existem outras.
Outras para conhecer, transar ou desejar. Elas são como bonecas russas.
Então, valem as regras: abrir uma a uma até encontrar a última, menorzinha.
Passamos a vida inteira nesse jogo, querendo saber quem será a última.
Aquela mais importante, que necessita dos maiores cuidados e atenções.
Aquela que ficará guardada com você pela eternidade, se ela existir.

Não podemos ir direto à ela. Temos que seguir as regras.
A cada vez que descobrimos uma nova boneca, devemos nos perguntar:
- Será esta a última?
É certo que outras poderiam existir.
De certo modo, quem determina qual será a última somos nós.
Deve-se passar a descobrir se aquela é a última, sem mesmo tentar abrí-la.

O fato é que cada boneca é independente.
A primeira delas, quem sabe, no futuro, possa se tornar menor.
Porém, não olhe para a frente, esperando uma outra boneca.
Tampouco olhe para trás, temendo as que já escondem outras bonecas.
Contemple o momento com a sua boneca atual e pergunte-se:
- Será esta a última?
Você saberá a resposta.
Você é o dono da resposta.

Baseado no filme: Les Poupées Russes
de Cédric Klapisch

sábado, 19 de dezembro de 2009

Expectativas.


Elas, que te elevam rapidamente como um foguete.
Elas, que permanecem em órbita enquanto é tempo.
Elas, que explodem todo o seu projeto quando se acabam.
Expectativas.

Sim, o seu projeto! É apenas um projeto: o seu.
Projeto, quando você cria as suas próprias imagens.
Criadas a partir da necessidade de satisfazer uma realização.
E o ponto chave é: você às ama. Ama como se fossem reais.

É natural do ser humano se transportar para um mundo falso?
Se satisfazer, momentaneamente, sabendo que tudo se repetirá?
Que, no fim, você só irá se arrepender do que fez ou não?
E quando isso chega a ficar cômodo? Não incomoda?

Aprendi, da maneira mais difícil, que expectativas não servem.
Não servem para o que realmente desejamos. Não servem!
Depois de tanto sofrer, não seria de estranhar que meus olhos ficassem abertos.
Sonhar é bom, mas nos momentos certos, convenientes.
Sonhar é bom, mas com os pés no chão, ondo você possa vê-los.

Planejar é dar margem para que algo dê errado.
É deixar de sentir o que o momento lhe proporciona.
É impedir que o destino e o acaso façam seus papéis.

Deixar acontecer, sentir, viver o momento.
Tudo deixa de ser o que, supostamente, deveria ser.
Um segundo deixa de sê-lo. Passa a ser uma vida.
Um simples toque, que te faz sair do monótono cotidiano.
Um simples odor, que te transporta a um lugar conhecido.
Um simples beijo (...), que talvez não será mais tão simples.
Um simples alguém, que talvez será a pessoa mais importante da sua vida.

Sim. Eu estou bem.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aquela mesma casa.


Sim, ainda é ela. A mesma casa.
Aquela que acolheu vários momentos.
Bons, ruins, acolheu. Todos.
A casa que todos os domingos se enchia.
Enchia de gente, de alegria. De alegria.
Domingo, seu dia.

A casa que fazia-nos contruir outras casas.
Fazia-nos fugir um pouco do cotidiano.
Fazia-nos entrar em uma órdem que não era nossa.
Fazia-nos dormir tarde e acordar cedo com o canto das galinhas.
Fazia-nos ficar sujos, tomar banho no fim da tarde e lanchar.
Gosto de queijo com presunto ou atum com maionese.
O de sempre. Sempre bom.

Aquela onde se comemoravam todos os aniversário.
Aquela onde se festejavam todos os comemorativos.
Aquela onde se tiravam as melhores fotos
Aquela que reunia todos no Natal.
Que deixava-nos apreencivos com os presentes.
Que deixava-nos encantados com com o clima.
Que, no dia seguinte, reunia-nos novamente.
E de novo, e novamente.

Hoje, ele calado sofre.
Ela sofre falando.
E eles tomam ações.

Não falo da casa em sí, como matéria.
Falo da casa como espirito, que não muda.
Da casa que, notando, ainda é a mesma
A que ainda é a mesma sem ser, pois ainda falta.
Que insiste em ser ela, sabendo não ser possível..
Falta quem a torne, novamente, aquela mesma casa.
A casa em que vivi e, em mim, ainda vivo.

Walter, José.


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eu vou lembrar de você


Lembra dos bons tempos que tivemos?
Eu deixei-os escapar de nós quando as coisas ficaram feias
Quando eu te vi pela primeira vez sob o sol
Querendo sentir seu calor sobre mim
Querendo ser o escolhido

Estou tão cansado, mas não posso dormir
De pé, na beira de algo muito profundo
É engraçado como sentimos tanto, mas não podemos dizer em palavras
Gritamos por dentro, mas não podemos ser ouvidos

Eu temo tanto te amar, mas temo mais te perder
Apoiando-me num passado que não me deixa escolher
Uma vez houve um escuro profundo, uma noite infinita
Você me deu tudo que tinha. Você me deu luz

E eu vou lembrar de você
Você vai lembrar de mim?
Não deixe a vida passar
Chore, não pelas memórias

I Will Remember You - Sarah McLachlan

quarta-feira, 18 de março de 2009

Existem pessoas más.


Existem pessoas más.
Pessoas que sabem que são más.
Apenas quem conhece a maldade delas
são aqueles que, por algum momento, as desafiaram.
Mas, só consigo acreditar que elas não sabem que são más.
Que fazem sem querer, que é natural, fruto da personaliade.
Mentira, de propósito. Más!

São pessoas que maltratam o melhor de um ser humano.
Fazem isso para se sentirem bem e manter seus egos superiores.
Te fazem acreditar que existe algo, quando na verdade não há.
Gestos, olhares, indiretas. Infinito de indicativos, quando no final...
Só querem te pôr numa lista, e cantar vitória. (Ganhei)

Pessoas más nos põe medo, deixando-nos temerosos.
Por outro lado, cautelosos. Eu deveria ser, mas não.
Sempre consigo ser a vítima. Sempre consigo ser o alvo.
A lição sempre é dada. A princípio aprendo, logo esqueço.

Por um acaso, isso é divertido?
O que leva alguém a fazer isso?
Deus! Por que põe elas em meu caminho?
Eu mereço? Sei que já fiz alguém sofrer,
mas por imaturidade, não por maldade.

Por incrível que isso possa parecer, não tenho raiva delas.
Tenho raiva de mim mesmo por, mais uma vez, sofrer o que já sofri,
chorar o que já chorei, o que pessoas más nos proporcionam.
Porém, ainda prefiro ser assim, ingênuo, a ser um alidado delas.
Nunca!

Pessoas más sempre irão existir.
Não posso querer mudar isso.
Apenas devo aprender a conviver com elas.
Esquivando-me, quando possível, de suas maldades.
Pois existem pessoas más, e eu não sou uma delas.

sábado, 14 de março de 2009

Tem coisas que ninguém ensina


Ninguém lhe ensina a ser você mesmo,
a viver sua própria vida.
A sonhar, a ser ter esperança.

Ninguém ensina você
a ter ousadia, a fazer a sua opção.

Ninguém ensina você
a beijar, a amar, a criar, a ter talento.

Ninguém ensina você
a ter atitude, a ser livre.

Ninguém ensina você
a encontrar o seu momento.

Ninguém ensina você
a descobrir prazeres, saborear.

Temos muito o que aprender.
Mas tem coisas que ninguém ensina.

Teacher's Scotch Whisky
Distilled, Aged & Blended in Scotland
1000ml / 40% Vol.
(Beba com moderação)

domingo, 8 de março de 2009

Você não pode mais.


Você não pode mais.
Não aguentará mais uma vez.
Seria sofrimento demais para uma
pessoa de coração puro como o seu.

Você não tem mais vida, já reparou?
Faz, de uma pequena coisa, sua vida.
Assim, faz sua vida uma pequena coisa.
Mas, de maneira inconciente, a enxerga grande.
De fato, ninguém sabe a sua dimensão. Nem você.
Não há unidade de medida para isso.

Você já não vive mais cada dia por dia.
Antes mesmo do dia acabar,
já aguarda o seguinte, e o depois.
Planeja o que fazer, planeja o que dizer,
acreditando que assim será mais fácil,
quando na verdade é o contrário.

Por que você apenas não deixa levar?
Por que você não faz o que deseja?
Por que você impede que seu coração fale?
Parace tão difícil para você, e talvez até seja.
Você fica vendo como as pessoas são,
tentando descobrir isso ao decorrer dos dias.
Não reparou que isso é feio? Chega!

Você não é ator. Mesmo que fosse,
atores não utilizam esses artifícios.
Então, por qual motivo o faz?
Seria o mal do costume?
Que costume é esse que só te
apresenta maus resultados?

Não é tarde, e você sabe.
Pare de alimentar algo que ainda nem existe.
E, se existir, caminhe a passo lentos. Não seja tão intenso.
Você só consegue ser inteiramente você quando existe.
Até lá, não consegue. Como conseguir?
Só você sabe. Só você é capaz de mudar.
Mudar, para se sentir melhor.
Mudar por você e por mais ninguém.

▪ Obrigado, May. Te amo.

sábado, 7 de março de 2009

Vida.


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso.
Já me decepcionei com pessoas
quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
“quebrei a cara por muitas vezes”.
Já chorei ouvindo musica e vendo fotos,
já liguei só pra escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso.
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo).

Mas vivi! E ainda vivo!
Não passo pela vida...
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir a luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é MUITO para ser insignificante”.

(Charles Chaplin)

quarta-feira, 4 de março de 2009

Até a próxima vez


Para quê olhar, não podendo tocar?
Sentir, não podendo beijar?
Querer, não podendo ter?
Falar, mas não podendo falar.
Falar o que realmente se quer falar.
Apenas querer? Querer poder?

Vê o que tem além do horizonte?
Tem vontade de saber o que há?
Vontade não é o suficiente, não basta.
Buscar a coragem é mais que preciso.
Encontrar a coragem é mais que necessário.

Tente, prossiga, faça.
Deixe seu coração acelerar.
Deixe o calafrio lhe tomar.
Não conviva com a incerteza.
Não conviva sobre hipóteses.

Saiba controlar sua mente.
Não deixe que ela te controle.
Pare de ser tão racional,
a ponto de não ser instintivo:
Pare de ser neutro.

Liberte-se.
O céu não é o limite.
Hoje você não tem desculpa.
Pára de pensar... Pára de pensar!
Mas não se culpe, nem culpe ninguém.
Agir, verbo infinitivo, tempo indefinido.
Agindo, gerúndio, presente, agora.

A pedra atirada,
a palavra dita,
a ocasião perdida.
Arrependa-se da última.
Apenas da última.
Sufoque-se de arrependimento,
até a próxima vez.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Medo.




Medo.

Medo de não ser feliz.
Medo de ser e não fazer feliz.
Medo de não ser e "fazer" feliz.
Medo do amor.
Medo de amar e não ser amado.
Medo de ser amado e não amar.
Pior. Novamente. O Medo.

Medo de não ser como antes.
Medo eh bom? Ruim?
Medo faz bem? Mal?
Medo, nenhum dos dois.
Medo apenas necessério.
Medo. Simplesmente medo?

Medo é incerteza.
Medo da incerteza.
Medo dá incerteza.
Medo do escuro.
Medo do futuro.
Medo do que ele pode fazer.
Pavor é a ênfase dele.
O Medo.

Medo é um sentimento?
Medo provém de um sentimento?
Sentimento que vem de sentimento?
Assim se explica o sentimento.
O Medo, assim se explica?

Quero certezas.
Quero liberdade.
Quero ser feliz.
Quero amar.
Quero ficar longe.
O Medo, distância.
Medo, não o quero.

(De volta com o Blog? Medo.)